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quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A Melodia de Raya



Perante a escuridão da noite eu trasito,

A beijar minhas lágrimas e abraçar a dor,
Buscando ombros de alivio ao meu torpor,
Pelo menos até que me apareça um amor.

Fora paira um apático e frio silêncio,
Mas há um rebuliço em meu interior,
A esconder elegias nunca pranteadas,
A remoer mazelas nunca cicatrizadas.

Fantasmas do passado me assombram,
Demônios de negativismo me povoam.
Eu tento afugentá-los, mas não consigo.
O perigo a me espreitar pode ser visto ?!

Sob o céu de semblante vermelho,
Vejo totalmente assolado o meu ego.
Dominando pela emoção, me noto cego.
Nem mesmo aturo me olhar no espelho!

Estilhaço meu espelho mediante socos.
A mão sangra e então penso: Estou Vivo!
Não tem vida consciente alguém ja morto!
E concluo: Não posso deteriorar meu Juízo!

E perdido numa noite de silêncio abismal,
Ouço, longinquamente, uma nota musical.
Dó! Ela me chama ao tão almejado alívio,
À enfim extinção deste inveterado suplício.

Olho para os lados e procuro a dereção,
Concentro os ouvidos para ouvir o som.
Lá! A esperança raia em meu coração,
E respiro fundo, pensando "que bom!".

Corro em direção ao meu sossego,
E sob uma silhueta feminina o vejo.
Alegremente meus ouvidos lhe entrego,
E ela, tão, receptiva e gentil, se apresenta:

"Eu sou Raya. É um prazer lhe apresentar a minha musica..."


Obs: Raya = um dos termos hebraicos para Amor.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

(:

A PRIMEIRA VEZ


O céu estava claro,

A lua quase dourada,

Ali no campo eu e ela,

E não se via mais nada

A pele suave

As ancas expostas

E eu tocando de leve

O macio de suas costas

Não sabendo começar

Olhei o corpo esguio.

Decidi por as mãos

Sobre seu peito macio.

Eu sentia medo

Meu coracao forte batia

Enquanto ela bem lentamente

As firmes pernas abria

Vitoria! Eu consegui!

Tudo entao melhorou.

Pelo menos desta vez

O liquido branco jorrou.

Finalmente tudo acabou,

Mas quase que eu saio de maca

Foi assim a primeira vez

Que eu tirei leite de uma vaca.


.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Eu Quero...

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Quero sorrisos verdadeiros;
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Quero abraços apertados;
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Quero beijos intermináveis;
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Quero mordidas carinhosas;
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Quero palavras confiáveis;
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Quero arrepios surpreendentes;
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Quero atitudes sinceras;
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Quero gargalhadas gostosas;
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Quero momentos inesquecíveis;
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Quero respeito acima de tudo!!
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Nada de brigas. Nada de confusões.
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Só quero paz pro meu coração!!
..
Quero beijos sinceros e apaixonados...
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Quero carinho, cafuné, colo!
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Quero toque, pele, química, desejo
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Quero noites de lua cheia!
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Quero viagens inesquecíveis..
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Quero trilha, cachoeira, praia, por do sol, pés descalços!
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Quero mar, quero vento, quero sol!
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Quero amigos loucos e felizes!
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Quero adrenalina, suspense, aventura!
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Quero ouvir música alta e dançar até cansar!
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Quero conhecer muita gente e me apaixonar por cada uma!
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Quero abraços, muuuitos abraços! e muitos beijos tb! Quero chorar de rir!
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Quero banho de chuva!
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Quero dinheiro no bolso!
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Quero dormir até acordar!
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Quero me jogar... quero voar! quero viver de amor!
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QUERO SER FELIZ e tem que ser AGORA!!!!!


(Tudo o que quero, acontece... é só questão de tempo...)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

O que é o Sentir...

Estava diante de um impasse...
Tentava por mil maneiras classificar algumas coisas que vêm acontecendo na minha vida para que elas se encaixassem no quadro todo, mas não conseguia encontrar o significado de algumas delas...
Claro que já sei que tudo tem o seu tempo e que não adianta tentar entender racionalmente algumas coisas... mas parece que o Universo insistentemente me dava um sinal, que se repetia em sincronicidades e mais sincronicidades. E mesmo sabendo de tanta coisa já ia de novo me perdendo pelos caminhos da razão, quando ouço aquela voz interior me perguntando se eu gostava de "chocolate".

Essa pergunta me pareceu tão fora de propósito que me fez parar com toda aquela parafernália mental que eu ia criando... para, a partir do silêncio, ouvir de novo a pergunta...

“Você gosta de chocolate”?
- Claro que eu gosto.

“Então me explica como é o gosto de chocolate”.
- Lembrei-me de um dia em que eu comi um pedaço de chocolate como se fosse a primeira vez, porque estaai inteiro comendo aquele chocolate, e minha boca encheu d’água só com a lembrança... mas... como explicar com palavras o sabor indescritível daquele chocolate... ou mesmo de qualquer outra coisa...

“É ai que você se perde”.
(A voz interior tem enormes vantagens... mas tem uma pequena desvantagem, se você quiser argumentar com ela... Ela te conhece mais profundamente do que você mesmo)...
- Perco-me tentando explicar o inexplicável? Arrisquei..

“Tentando medir com a régua das palavras e da razão o que é do sentir...
Esses sinais que você tem recebido e que Você está desesperadamente tentando encaixar usando a lógica, são para serem sentidos. Só assim você terá a visão do que busca”...

(Claro que na mesma hora todos os castelos de areia que tentei criar desmoronaram me deixando no ponto zero...)!

“Quando você faz um desenho, escolhe as cores e as formas pela razão ou pelo sentir”?

- Entendi...
Mas confesso que não sei o que fazer com isso tudo... Quando desenho, isso é natural e flui sem nem passar pela razão, mas nesse caso...

“É que você aprendeu esse caminho para entender as sincronicidades... Mas existe um novo caminho que é muito mais simples e direto, no qual, ao invés de tentar encaixar as peças do seu quebra cabeças, usando a lógica e as comparações você “sente” e isso pode fazer com que tudo aconteça de forma muito mais rápida e sem gastar tanta energia”.

Fiquei quieto... bem quieto, porque no fundo sabia que aquilo tudo fazia muito sentido... me via desenhando e sentindo naturalmente quando estava bom ou não... Ao mesmo tempo os muitos sinais e sincronicidades foram se encaixando e pintaram um quadro da minha vida nesse momento e eu senti por um segundo com uma clareza incrível onde me encontrava no ciclo em andamento...

Tudo fez sentido porque foi sentido... sem precisar ser explicado...

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Sentir primeiro, pensar depois..

Perdoar primeiro, julgar depois..

Amar primeiro, educar depois..

Esquecer primeiro, aprender depois..

Libertar primeiro, ensinar depois..

Alimentar primeiro, cantar depois..

Possuir primeiro, contemplar depois..

Agir primeiro, julgar depois..

Navegar primeiro, aportar depois..

Viver primeiro, morrer depois...

Sentir... é entender.


O melhor é rir...

Se você está pensando
Que eu estou me importando
Claro que eu estou
Eu não sou feito essa gente
Que ama e de repente
Tchau, e se acabou
Não, eu sofri muito, demais
Porque a minha grande paz
Vinha toda de você
É, pus você alto demais
Com cuidados tão legais
Que nem vi você descer

Mas a gente continua
Sai e anda na rua
Entre a multidão
Os amigos dão mão forte
E há nada que conforte
Mais que o violão
É, vou cuidar melhor de mim
Vou fazer meu samba assim
Bem alegre e natural
É, você vai saber de mim
Muita nota no Ibrahim
Muito nome no jornal

Ri melhor que ri no fim
Melhor quem ri no fim
Melhor quem ri no fim

(Vinicius de Moraes)

(como sempre, ele.. mostra o que sinto.. e sempre ACERTA !!! Esse cara é foda..)

Silêncio...

É tão vasto o silêncio da noite na montanha. É tão despovoado. Tenta-se em vão trabalhar para não ouvi-lo, pensar depressa para disfarçá-lo. Ou inventar um programa, frágil ponto que mal nos liga ao subitamente improvável dia de amanhã. Como ultrapassar essa paz que nos espreita. Silêncio tão grande que o desespero tem pudor. Montanhas tão altas que o desespero tem pudor. Os ouvidos se afiam, a cabeça se inclina, o corpo todo escuta: nenhum rumor. Nenhum galo. Como estar ao alcance dessa profunda meditação do silêncio. Desse silêncio sem lembranças de palavras. Se és morte, como te alcançar.

É um silêncio que não dorme: é insone: imóvel mas insone; e sem fantasmas. É terrível - sem nenhum fantasma. Inútil querer povoá-lo com a possibilidade de uma porta que se abra rangendo, de uma cortina que se abra e diga alguma coisa. Ele é vazio e sem promessa. Se ao menos houvesse o vento. Vento é ira, ira é a vida. Ou neve. Que é muda mas deixa rastro - tudo embranquece, as crianças riem, os passos rangem e marcam. Há uma continuidade que é a vida. Mas este silêncio não deixa provas. Não se pode falar do silêncio como se fala da neve. Não se pode dizer a ninguém como se diria da neve: sentiu o silêncio desta noite? Quem ouviu não diz.

A noite desce com suas pequenas alegrias de quem acende lâmpadas com o cansaço que tanto justifica o dia. As crianças de Berna adormecem, fecham-se as últimas portas. As ruas brilham nas pedras do chão e brilham já vazias. E afinal apagam-se as luzes as mais distantes.

Mas este primeiro silêncio ainda não é o silêncio. Que se espere, pois as folhas das árvores ainda se ajeitarão melhor, algum passo tardio talvez se ouça com esperança pelas escadas.

Mas há um momento em que do corpo descansado se ergue o espírito atento, e da terra a lua alta. Então ele, o silêncio, aparece.

O coração bate ao reconhecê-lo.

Pode-se depressa pensar no dia que passou. Ou nos amigos que passaram e para sempre se perderam. Mas é inútil esquivar-se: -Há o silêncio. Mesmo o sofrimento pior, o da amizade perdida, é apenas fuga. Pois se no começo o silêncio parece aguardar uma resposta - como ardemos por ser chamados a responder - cedo se descobre que de ti ele nada exige, talvez apenas o teu silêncio. Quantas horas se perdem na escuridão supondo que o silêncio te julga - como esperamos em vão por ser julgados pela "força maior". Surgem as justificações, trágicas justificações forjadas, humildes desculpas até a indignidade. Tão suave é para o ser humano enfim mostrar sua indignidade e ser perdoado com a justificativa de que se é um ser humano humilhado de nascença.

Até que se descobre - nem a sua indignidade ele quer. Ele é o silêncio.

Pode-se tentar enganá-lo também. Deixa-se como por acaso o livro de cabeceira cair no chão. Mas, horror - o livro cai dentro do silêncio e se perde na muda e parada voragem deste. E se um pássaro enlouquecido cantasse? Esperança inútil. O canto apenas atravessaria como uma leve flauta o silêncio.

Então, se há coragem, não se luta mais. Entra-se nele, vai-se com ele, nós os únicos fantasmas de uma noite em Berna. Que se entre. Que não se espere o resto da escuridão diante dele, só ele próprio. Será como se estivéssemos num navio tão descomunalmente enorme que ignorássemos estar num navio. E este singrasse tão largamente que ignorássemos estar indo. Mais do que isso um homem não pode. Viver na orla da morte e das estrelas é vibração mais tensa do que as veias podem suportar. Não há sequer um filho de astro e de mulher como intermediário piedoso. O coração tem que se apresentar diante do nada sozinho e sozinho bater alto nas trevas. Só se sente nos ouvidos o próprio coração. Quando este se apresenta todo nu, nem é comunicação, é submissão. Pois nós não fomos feitos senão para o pequeno silêncio.

Se não há coragem, que não se entre. Que se espere o resto da escuridão diante do silêncio, só os pés molhados pela espuma de algo que se espraia de dentro de nós. Que se espere. Um insolúvel pelo outro. Um ao lado do outro, duas coisas que não se vêem na escuridão. Que se espere. Não o fim do silêncio mas o auxílio bendito de um terceiro elemento, a luz da aurora.

Depois nunca mais se esquece. Inútil até fugir para outra cidade. Pois quando menos se espera pode-se reconhecê-lo - de repente. Ao atravessar a rua no meio das buzinas dos carros. Entre uma gargalhada fantasmagórica e outra. Depois de uma palavra dita. Às vezes no próprio coração da palavra. Os ouvidos se assombram, o olhar se esgazeia - ei-lo. E dessa vez ele é fantasma.


(sem comentarios...ele é, só ele é..)